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By Eden
Por que toda Mulher Negra Carrega um Trono nas Costas
A história narrado pela voz do colonizador, encantou o mundo, mas a história de resiliencia e coragem do povo africano o mundo tentou silenciá-las. Mas os seus feitos, os seus nomes não se apagaram. Sobreviveram como segredos sussurrados, como gritos de guerra que o vento não levou.
Elas foram rainhas, estrategistas, mães de nações. E essa não é uma história parada no tempo: é um sangue real que corre nas veias de toda mulher negra, hoje, um legado de comando, inteligência e resistência que exige brilho sempre.
Nzinga Mbandi não negociou de joelhos. Ela negociou sobre os joelhos, os de sua serva, que se tornou em cadeira, o seu trono humano. Claro que foi um acto de teatro político genial: “Vocês querem me negar um assento? Eu trouxe o meu próprio assento”. Ela sabia que a autoridade não é dada; é tomada.
No Reino do Daomé, as Agojié não eram apenas guerreiras; eram a espinha dorsal de um exército. Eram estratégia pura, disciplina feroz. Elas não pediam licença para ocupar espaços de poder, elas eram o poder.
Nanny dos Maroons e Yaa Asantewaa não lideraram apenas revoltas; lideraram nações em miniatura, com sistemas de governo, justiça e soberania. Elas provaram que a liberdade é um projecto que se constrói com as mãos, mesmo quando algemadas.
Estas não são meras histórias. São provas de conceito.
A prova de que a liderança negra feminina já foi a norma, não a exceção.
Essa linhagem de excelência não morreu no passado, ela se reinventa.
Elas, como suas ancestrais, foram brilhantes sempre. Porque a luta não permite meio-termo.
Mas e hoje? Muitas de nós fomos levadas a esquecer. Em um mundo que nos reduz a estereótipos, que nos diz que somos “fortes” mas não “suaves”, “resilientes” mas não “vulneráveis”, muitas internalizaram a mentira de que não precisamos ser excelentes. De que podemos ser “apenas normais”.
A pressão é brutal, sim. O cansaço é real. Mas há uma diferença entre descansar e desistir. Entre curar-se e esquecer-se.
Esquecer que carregamos DNA de rainhas é uma forma de violência internalizada. É aceitar a narrativa colonizadora de que nosso lugar não é no topo. É acreditar que a coroa é pesada demais, em vez de lembrar que foi feita para nossa cabeça.
A herança não é um pacote fechado entregue no nascimento.
É uma chama que deve ser alimentada. É uma voz que deve ser escutada.
Não se trata de ser super-humana todos os dias. Trata-se de lembrar, nos dias mais difíceis, que:
Você não descende de escravizadas.
Você descende de mulheres que nunca foram escravizáveis.
Você descende de rainhas.
A história de Nzinga, das Agojié, de Nanny e Yaa Asantewaa não é para ser admirada à distância. É para ser habitada.
Charity Adams e Allyson Felix não são exceções, são a regra que insiste em se manifestar.
Que possamos olhar no espelho e ver não apenas uma mulher, mas uma linhagem, não apenas uma lutadora, mas um exército.
O mundo pode ter esquecido as suas rainhas, mas ele se lembrará quando vocé decidir se coroar.
Porque algumas coroas não se usam na cabeça. Carregam-se na postura, no olhar e na coragem de ser brilhante sempre.